Com los Recuerdos al hombro

FIQUE RICO SEM SAIR DE CASA

15 de abr. de 2010

Café numa garrafa de Pepsi Cola

Algumas coisas ficam na nossa lembrnaça por muito tempo.
Devia ter uns três ou quatro anos no máximo. Morávamos no Cerro da Pólvora, em um chalé construído pelo meu pai. Lembro-me até da cor: era branco.
É sobre ele mesmo que quero comentar, sobre meu pai que, apesar de todos os defeitos (falarei disto adiante), tinha um semblante de homem bom e trabalhador.
Meu pai era pedreiro, um dos melhores que eu conheci, trabalhava muito em construções, tanto na área urbana, quanto na rural. Nunca lhe faltava serviço, sempre iam em busca dele e não ele atrás do serviço. Incrível como as pessoas gostavam do trabalho dele.
Mas uma imagem que não sai da minha cabeça é que todos os dias de manhã cedo, mas cedo mesmo, nem sei como eu era tão corajoso pra me levantar, ele fazia café e colocava numa garrafa média de Pepsi Cola. Fazia café pra ele e pra mim. Depois ia trabalhar e eu me deitava de novo. Era sempre assim. Minha mãe e meus irmãos, que na época eram três (Luis, Paulo e Leandro), continuavam a sua trajetória infante de seguir dormindo, sem perceberem nada.
Lá vinha o café na garrafinha de Pepsi. Muitos me questionam porque Pepsi e não Coca. Naquela época esses dois refris já faziam muito sucesso. Mais do que agora eu acho. A Pepsi, principalmente, hoje ela é bem menos do que antes. Nessa  época os refrigerantes tinham um gosto diferente. Era uma delicia ir no buteco, tinha um bem perto de casa e meu pai sempre nos levava para tomar um refrigerante de garrafinha. Mas a minha preferida ainda era a Mirinda, que não existe mais.
Por isso era uma garrafa de Pepsi, porque se tomava muito mais Pepsi naquela época do que nos dias atuais, onde a Coca é líder absoluta, fora os outros refrigerantes menos afamados que tomaram conta do mercado.
Ele cumpria esse ritual todos os dias. Parece hoje. Meu pai vestindo um blusão marrom, com gola tipo V, calça social e chinelo, sempre usava chinelo, podia estar o frio que estivesse, e, claro, a garrafinha de Pepsi Cola, cheia de café com um pedaço de saco amarrado na ponta para tomar na hora do descanço. E claro não podia faltar o pedaço de pão feito casa da minha mãe, para acompanhar o "café cola".

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