Com los Recuerdos al hombro

FIQUE RICO SEM SAIR DE CASA

23 de jun. de 2010

A Troca de Casa

Era fim de 93, inicio de 94, nessa época percebi que mudaríams de casa mais uma vez. Havia um alemão, de nome Francisco, meio esperto, trovou meu pai para trocarem de casa. Não sei se foi a vontade de mudar de casa ou foi pela vontade de ficar mais próximo do boteco do Vaca que o fez aceitar a permuta. Só sei que aceitou de pronto.
Ele trocou uma casa na Avenida Vinte e Sete de Janeiro, principal via da cidade, por uma casa nos fundos da Vila Kennedy; para aumentar o desespero, por uma casa pior; tremenda burrice.
A casa da Vinte e Sete de Janeiro era bem melhor. A casa do Mutirão III, fora aumentada, contruído dois quartos, um de casal e um de solteiro, por isso até parecia grande. O terreno era a metade. Sem considerar a localização. É só comparar: Vinte e Sete de Janeiro, 2.412 com Antonio Lino de Souza, 06. Inacreditável. Uma casa valia vinte por cento da outra. Anos mais tarde passei por aquela que fora nossa casa um dia: construíram verdadeira uma mansão ali. O melhor de tudo era que dava frente para duas ruas. Na época em que nós morávamos não era uma casa esplenderosa, mas era melhor do aquela com que fora trocada. Infelizmente são coisas da vida. Na vida tudo passa, menos a morte, essa nos pega sempre.
Não saberia dizer com certeza qual foi a negociação. Mas me lembro que na troca ficavam de fora as aberturas. Então me lembro que foram retiradas algumas janelas e portas. Meu pai colocou outras depois. Lembro-me que tinha qualquer coisa referente a setecentos pilas, o que daria em reais coisa parecida com R$ 1.000,00. Uma verdadeira pechincha. Mas fora mais ou menos assim. 
Ficamos ali nessa casa por apenas alguns meses. Logo ele fez outra burrada ainda maior. Mas isso é assunto para depois. Só sei que essa mudança encurtou ainda mais os laços de amizade entre meu e o Vaca. O Vaca, sempre o Vaca, já estou até enojado de falar desse cara; mas é assim mesmo. Depois o Vaca passou a perna nele, tirou tudo que ele tinha. Mas ele continuva puxando saco do Vaca. Era uma paixão doentia.
Entretanto, se por um lado isso, por outro, eu não posso reclamar, não da casa, mas do lugar. Ali eu fiz grandes amigos, aprendi lições valiosas. Eu saí em 94, voltei em 95 e só saí de novo em 2003. Até hoje eu posso visitar meus amigos daquela parte da cidade. Isso sim valeu a pena. Isso ninguém nos tira. Podem nos tirar casa, emprego, mulher, mas os verdadeiros amigos ninguém pode tirar-nos. Somente isso e o conhecimento que temos é que levaremos conosco, o resto é passageiro. Por isso eu não reclamo.

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