Com los Recuerdos al hombro

FIQUE RICO SEM SAIR DE CASA

18 de jun. de 2010

Bolo de Chocolate

Quando eu começo a escrever algo sobre minha vida, fico analisando tudo que já me aconteceu até aqui. Sucederam-me muitos eventos. Alguns bons, outros nem tanto. Eu não quero passar para o leitor uma imagem de infeliz, coisa que eu não sou. Também não desejo, em hipótese alguma, que alguém sinta pena de mim. Odeio o sentimento de pena. Acho que é o pior sentimento que uma pessoa pode sentir por outra. Porque quando sentimos pena de alguém é como nos sentirmos superiores ou que aquela pessoa não passa de um "Zé NInguém", um infeliz, cuja existência não vale de nada. Não, isso eu não desejo que as sintam por mim. Não quero que leiam o que eu escrevi e digam que sou um pobre coitado; muito ao contrário, quero que as pessoas me vejam como alguém que deu a volta por cima e reconquistou tudo aquilo que fora perdido, e o mais importante: a dignidade. Ela fora jogada fora, mas a reconquistei. Hoje vivo bem. Com a ajuda de algumas pessoas pude superar o trauma de praticamente viver na rua e conquistar tudo novamente. Hoje sou uma pessoa que pode se orgulhar de ter passado todas as barreiras da adversidade e superado as dificuldades da vida. Aprendi muito com isso. Isso me fez crescer, tanto profissionalmente, tanto como pessoa humana. Por isso não quero que ninguém pense que sou um coitadinho. Ok? Valeu galera.
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Bom dito isso vou à história de hoje. Era meu aniversário de nove anos. Já estava ficando velho. Eu nunca tive uma festa de aniversário de verdade. Nunca, nem depois de velho. Hoje eu nem me importo mais com isso.
Quando era garoto só queria esperar os anos passarem. Quando se é adolescnte, queremos logo chegar a maioridade, "pra ser dono do seu próprio nariz"; entretanto, quando a maioridade chega, dá uma saudade e queremos voltar a ser jovem de novo, para tentar viver aquilo que desperdiçou quando adolescente e tentar consertar os erros. As vezes eu sou assim. Quero voltar, mas não é possível.
Porém, voltando ao assunto, eu recordo que era de 93, primavera, eu tive então, uma mini-festa, se é que possível dizer assim. Era um bolo de chocolate, bem grande, e "ki-suco". O bolo feito, advinhem por quem!!! É, pelo meu pai. De vez em quando ele era bondoso e fazia as coisas pra gente. Até então, eu não sabia o que era ter um bolo de aniversário. Já tinha comido, é claro, mas no aniversário dos outros, no meu não.
Mas nesse dia eu tive alguns minutos de alegria. Eu e meus comemos um bolo de chocolate feito por nosso pai. É verdade, não era um super-bolo, mas o vale é a intenção e a dedicação que se coloca em alguma coisa. Pronto. Das pequenas e simples coisas, são feitas grandiosas obras.
As vezes precisamos fazer algo tão pequeno para ajudar ou fazer alguém feliz, mas queremos fazer sempre o mais dificil. É a nossa falta de perceptividade.


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