Com los Recuerdos al hombro

FIQUE RICO SEM SAIR DE CASA

28 de out. de 2010

O "Topetão"

O Topetão, assim era chamado o campo de futebol que ficava ali na vila, mais precisamente ali no Mutirão III. Perto da casa de todos.
As vezes sinto saudade desse tempo nostálgico que jamais volverá. Lembro-me das partidaças que ocorriam por lá. Não comentarei muuito sobre elas porque já escrevi em outros posts. Mas sempre é bom relembrar aqueles tempos perdidos.
Quando me lembro do campo "Topetão" muita coisa vem à-tona. O campo tinha esse nome - dado pelo Belo, irmão do dairi - justamente por ser todo irregular, cheio de calombos e buracos. Ninguém sabe ao certo de quem é aquele campo, se da Prefeitura ou de algum particular. Mas o certo que ali  era a nossa casa. O "estádio" tinha dois times, GEU e o GEK, mas de vez em quando outros times iam jogar ali.
Simplesmente era fantástico. Se juntava uma gurizada e se fazia campeonatos, na maioria oranizados pelo Cid, ou pelo Belo. As vezes não valia nada, apenas um troféu de lata que tempos depois seria dado como premiação em outro campeonato.
Mas o que valia mesmo era a diversão. E como tinha. As vezes aquele campo ficava abarrotado de tanto guri que queria jogar. As vezes os adultos também jogavam.
Sinto saudade daquele tempo. Lembro-me da gurizada, Pio, Valerio, o Negão Rafa, Cris, a gurizada do Cerro, da "Vila de Cima", do Belo, que sempre era juiz. Havia uma gurizada muito boa de bola. Mas só o Cristiano Barragana se animou a seguir carreira no futebol. Hoje joga em times do interior do Estado. Enfim, esse tempo era bom, jogávamos sem responsabilidades, a qualquer hora, qualquer dia, sempre fazendo a velha bola rolar.
No entanto, o velho campo já não existe mais. Vários fatores motivaram sua extinção. Não existe o gramado, mas o terreno baldio continnua.
Alguns moradores da redondeza não gostavam da presença do campo ali, pois fazia muito ajuntamento de homens. O campo também não possuía proteção de tela ou cerca. Muitas vezes a bola ia parar lá na casa da Kita e, não raras vezes ela ficou sem os vidros da janela. Foi a Kita que deu inicio ao fim do Topetão. Eu me lembro que uma vez ela mandou arrancar as traves. Uma vez ela foi mais loge: mandou queimar as traves. As traves eram de pau de eucalipto, por isso quando alguém arrancava ou as furtava, nós colocávamos outra em seu lugar. Era uma trabalheira danada.
Enfim outros fatores também contribuiram. Não raras vezes fizeram fogueira de São João nas suas proximidades, o que estragou ainda mais a qualidade do campo, que já era ruim. Outro fator é que a gurizada foi cresendo, assumindo responsabilidade, não queriam mais ficar cuidando de um campo velho. Vitória da Kita, portanto.
Mas além do futebol, outro fator me faz sentir saudades daquele campo: das brigas ao final da partida. Não que eu seja a favor da violência, mas aquelas brigas eram iguais a brigas de irmãos, no outro dia estavam todos de bem e jogando bola de novo. O brigão mais corriqueiro que existia era o negão Nilson. Também era o mais apanhava, do Ramão, do Valério, do Cid e de muita gente mais.
Porém, sem sombra de dúvida, a briga que mais eu guardo e nunca sai da minha cabeça foi entre Luiz e Cristiano Barragana. Aquilo sim foi uma briga de verdade. Como sempre depois do jogo, quem perdeu não gostou e ficou discutindo. A discussão foi aumentando até virar porrada. Mas foi uma briga apenas entre os dois, não foi uma briga generalizada. Mas foi a briga. O Luiz venceu.
Ninguém gostava de brigas. As brigas vinham no calor do jogo, depois era tudo esquecido, voltava-se a jogar como se nada tivesse acontecido. Algumas entradas mais ríspidas no desafeto, nada de mais.
Ah, "Topetão", um dia eu volto para jogar contigo. Um dia eu entro em campo de novo, no meu jogo de despedida.

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